A peça será uma adaptação destes contos e terá vários contos e eu farei dois personagens em dois contos, sendo um deles o Marcondes do conto Covardia, no qual você pode assistir no vídeo abaixo:
O trabalho do ator consiste em várias pesquisas, tanto psicológicas quanto físicas de si mesmo e da personagem da qual representará. Um destes trabalhos que eu achei bastante interessante, é escrever uma carta como se fosse o personagem escrevendo para alguém quer que seja. Eu resolvi escrever uma carta para o Agenor, que na cena, é um amigo da família que dá em cima da Rosinha, esposa do Marcondes. O objetivo da carta é fazer com que o ator aproxime-se mais da personagem e fique mais preenchido por ele em cena, é algo que jamais será mostrado na cena, mas que ajuda em alguns momentos e detalhes da encenação. Falar sobre isso e o que envolve o trabalho do ator é um pouco complicado, portanto vou direto para a carta que segue abaixo:
08/05/1953
"Ao meu querido amigo Agenor
Caro amigo, venho através desta, dizer-lhe que hoje completo três anos de casamento com a Rosinha. Desde que namorávamos e até hoje, apenas uma palavra pode descrevê-la: "Perfeição"!
Não Acredito que possa existir outra mulher como ela, tão prestativa, tão graciosa, tão gentil, tão linda, tão maravilhosa... e além de ser uma mulher de mão cheia, de noite em baixo dos lençóis, ela pega fogo! Essa pequena é muito fogosa! Deve ser porque ela é muito esquentada, se irrita por qualquer coisinha...
Estou muito contente que entrou na mesma empresa que eu e embora você more atualmente do outro lado da cidade, quero que saibas que que te ajudarei a procurar uma casa aqui no bairro e então você poderá vir sempre aqui em casa para jogarmos baralho, assim como eu sempre ia na sua casa para brincarmos quando éramos crianças, lembra?
Bom, despeço-me agora e espero que esteja tudo bem com você, meu caro.
Um abraço do seu amigo Marcondes
PS: Já está na hora de arranjar uma pequena pra você também, meu amigo!"
Como trata-se de uma adaptação do conto, não seguimos necessariamente o que diz no conto original e nem na cena da televisão, sendo que no começo da minha cena, aparece eu (Marcondes) e o Agenor jogando cartas em casa, quando a Rosinha surge para servir um suco e o Agenor fica olhando ela e o marido nem percebe (é, esse é o meu papel rsrs), por isso cito que jogaremos cartas quando ele vir e que irá morar perto da minha casa pra sempre dar uma passada lá e elogio muito a minha esposa, pois a personagem tem uma adoração pela esposa e que serve de estopim também, para que o Agenor fique curioso a respeito da Rosinha (é uma mulher fogosa).
Bom é isso, farei uma outra carta futuramente sobre o Fonseca, personagem de outro conto. Eu quis fazer este post, pois gostei muito da ideia da carta, pois me faz escrever algo como se fosse outra pessoa e achei interessante postá-la aqui no blog também. Espero que tenham gostado :)
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